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Março 2010
PAINT & PINTURA
estética”. “Em muitas sociedades
tradicionais, não industriais, as
pessoas têm uma consciência ad-
quirida culturalmente de apenas
quatro escalas básicas de cor:
vermelho, azul, preto e branco.
Mas em sociedades industriais,
somos condicionados a perceber
um amplo conjunto de cores por
causa da globalização, do marke-
ting e de outros elementos.”
Segundo Weil, a escala de cores da
qual as pessoas têm consciência é
importante, porque todas as so-
ciedades atribuem determinados
valores às cores. “Algumas cores
indicam que uma pessoa é bem-
sucedida. Prata, por exemplo, tem
sido associada com status eco-
nômico, especialmente durante o
período de crescimento econômico
iniciado após o 11 de setembro. A
popularidade do prata está come-
çando a diminuir há cerca de dois
anos”, afirma.
O prata foi a cor preferida no
DuPont Global Automotive Color
Popularity Reports de 2000 a 2006
– mantendo um reinado de sete
anos. O branco vem sendo apon-
tado pelo relatório como a cor
mais popular desde 2007. “O bran-
co é associado à transição. Mas
é interessante notar que a maior
parte da preferência demons-
trada no relatório passou a ser
pelo branco com efeitos especiais,
como o pérola. Então, mesmo que
as pessoas tenham passado a pre-
ferir o branco, a preferência é por
um branco com aparência mais
luxuosa e durável do que o branco
simples, que lembra giz e parece
desinteressante e institucional”,
explica Weil.
Determinadas cores são asso-
ciadas a sociedades ou culturas
específicas. De acordo com Weil,
o mix de cores tradicionais reflete
geralmente as cores das tintas
facilmente disponíveis nas antigas
sociedades. Entretanto, a globa-
lização afetou as preferências à
medida que as pessoas viajavam e
traziam roupas e presentes produ-
zidos com cores não familiares. “As
pessoas deixam a tradição de lado
quando expostas a novas cores de
que elas gostam”, afirma Weil.
A escolha da cor também pode
estar associada com segurança ou
risco. No leste europeu, o preto e
o cinza aparecem frequentemen-
te em carros caros, significando
segurança, riqueza e aversão a
riscos. Entretanto, pessoas mais
jovens tendem a se arriscar mais,
escolhendo cores brilhantes, que
chamam a atenção para seus car-
ros menores e mais baratos.
A psicologia das cores
Para avaliar a psicologia por trás
das cores, a DuPont consultou
Kayte Gajdos, psicóloga da Pensil-
vânia que usa em suas consultas
particulares a cor como ferra-
menta da psicoterapia. Gajdos é
membro da Associação de Psicolo-
gia da Pensilvânia e de Delaware.
Sua coluna sobre questões psicoló-
gicas, Mind Matters, é publicada
duas vezes por mês nos sites www.
chaddsfordlive.com e www.drga-
jdos.com.
“Ao mesmo tempo em que a esco-
lha da cor pode indicar o estado
de humor, cores específicas tam-
bém podem indicar determinados
sentimentos. As pessoas precisam
de mais cor em suas vidas para se
sentirem melhores, especialmente
em períodos ruins”, explica Kayte.
A psicóloga relatou uma experi-
ência enfatizando o uso das cores
chamadas calmantes. Enquanto
estava em um aeroporto recente-
mente, ela notou as camisas em
tom azul profundo, usadas por
todos os agentes da Agência de
Segurança de Transporte Federal,
responsáveis por organizar as filas
de inspeção de passageiros. “Azul é
a cor da calma e da comunicação.
Então, achei que era uma escolha
perfeitamente apropriada para
pessoas em posições de autoridade
que interagem com passageiros
nervosos”, afirma Kayte.
Ela diz que, apesar de as pessoas
terem determinadas preferências
de cor associadas à personalidade
e desenvolvidas ao longo do tem-
po, suas escolhas podem mudar
dependendo do humor e dos even-
tos. Idade, afirma a psicóloga, é
provavelmente menos influente na
preferência de cores do que a per-
Peter Weil,
antropólogo