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PAINT & PINTURA
Maio 2010
85
efeitos, o outro é o brilho,
e o efeito casca de laranja
(rugosidade, textura). Os três
influenciam e muito na apa-
rência total de um produto e
para se obter uma aparência
mais uniforme é necessário
controlar todos.
A interpretação da cor pode
ser alterada com uma mudan-
ça no ângulo de visão, ou nas
condições de iluminação, pode
depender da aplicação, do tipo
e da cura dos pigmentos, do
tamanho e posicionamento
dos flakes, entre outros. Por
outro lado, duas amostras da
mesma cor, mas com dife-
rentes níveis de brilho, não
parecem idênticas; aquela
com maior brilho é percebida
visualmente como mais escura
e mais saturada do que a
amostra de menor brilho, que
na maioria das vezes é avalia-
da como mais clara.
O mesmo acontece com a cas-
ca de laranja em duas peças
de um mesmo produto, aquela
que possui uma textura mais
suave aparenta ser melhor e
de aspecto mais agradável,
já uma outra com excesso de
estruturas pequenas terá um
aspecto menos agradável,
aparentando ser pior.
Todos nós, sem exceção,
somos escravos dos nossos
olhos e os nossos consumi-
dores são ótimos técnicos
avaliando a qualidade das
nossas tintas ou nosso con-
trole colorimétrico.
Consumidor 1 – Tinta Imobi-
liária: Ninguém quer, ao pintar
um pedaço da sua casa com uma
determinada cor igual ao resto
da casa, que este pedaço fique
da mesma cor ao amanhecer e
ao entardecer, porém nas horas
em torno do meio-dia temos uma
cor totalmente diferente.
Consumidor 2 – Tinta Automoti-
va: Alguém acaba de adquirir um
carro zerinho pintado naquela
cor linda, com efeito, pagando
mais por isso e depois de sair da
concessionária descobre que uma
das portas tem cor diferente do
resto do carro, e agora, com um
olhar mais crítico, constata que
os pára-choques também estão
diferentes e volta à concessioná-
ria para reclamar.
Consumidor 3 – Pigmento Es-
tético: Uma pessoa compra há
vários anos o batom de uma
determinada marca e de uma
cor com nome específico para
combinar com sua pele e com
determinados acessórios, porém
o último batom comprado, de-
pois de aplicado nos lábios, não
possui a mesma cor que ela está
acostumada.
Todos esses consumidores, mesmo
sem saber a fundo sobre a colo-
rimetria, estão convivendo com
ela em suas vidas e a colorimetria
não é tão simples como pintar
duas paredes com a mesma cor
ou produzir automóveis e peças
em harmonia de cor, ou milhares
de batons durante meses produzi-
dos com a mesma cor.
O nosso consumidor 1 está nos
dizendo que identificou um
problema de metameria no
produto daquele fabricante de
tintas decorativas, pois quando
ele troca o iluminante D65 por
outro, as duas cores se compor-
tam de maneiras bem diferen-
tes. Já o consumidor 2, que não
está interessado se o substrato
da carroçaria é chapa de aço
e o substrato do pára-choque
é plástico, nem tampouco se
o alumínio ou a mica daquela
porta deitou mais ou menos
que no resto do carro, porém
ele está dizendo para a mon-
tadora que essa determinada
cor está com problema na
aplicação, que pode estar no
brilho ou na casca de laranja
mais crespa ou mais alastrada,
ou ainda na camada de tinta
aplicada. E o consumidor 3
detectou que o poder ou força
tintorial desse novo pigmento
não possui a mesma eficiência
do anterior.
No balcão de uma cadeia de
distribuição bem preparada a
atender ao consumidor final
encontraremos as amostras
das cores desejadas, seja em
forma de leque, catálogo,
modelo real, com uma perfeita
fidelidade na cor em si, no bri-
lho, na textura com o padrão
do laboratório do fabricante,
alicerçado ao poder tinto-
rial de excelentes pigmentos,
formulados em um software
confiável e dosados por má-
quinas tintométrias precisas.
Isso garante melhor o padrão
colorimétrico, desde que bem
aplicado pelo cliente.