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Jan/Fev 2011
PAINT & PINTURA
200 anos com um corpinho de 20
Embalagem de aço comemora dois séculos com o status de recipiente ideal
para envase de alimentos, bebidas, tintas, produtos químicos, entre outros
Na Europa de 1810, o exército de
Napoleão Bonaparte avança pelo
continente em busca de novas
terras e riquezas para agregar
ao seu império. As montanhas
e vales da França, Espanha e
Portugal foram sendo vencidas
conquista após conquista. A
cada batalha, Napoleão seguia
com seu plano de dominar o
mundo, porém, um fato terrível
começava a se colocar perante
seu objetivo: a fome.
As tropas precisavam comer,
mas nem sempre encontravam o
necessário nos acampamentos. O
que era transportado até o front
normalmente estragava no meio
do caminho. Muitos morriam de
fome, outros de escorbuto (doen-
ça causada pela falta de inges-
tão de vitaminas). Antevendo a
derrocada, Napoleão precisou
mudar o transporte de alimen-
tos e pediu que todos os inven-
tores da época desenvolvessem
vasilhames para acondicionar
mantimentos até o campo de
batalha. O escolhido do impera-
dor foi um recipiente criado por
Nicolas Appert em 1802.
A embalagem conservava
carnes, legumes e peixes por
até um ano, além de facilitar a
estocagem e armazenamento em
pilhas. Nascia assim o conceito
de preservação da lata de aço.
Pela invenção, Appert recebeu 12
mil francos. Se considerarmos
1 franco por 1 euro à cotação
atual, o prêmio foi de R$ 31 mil.
A “appertização” evolui para o
enlatamento em 1810, o que ga-
rantiu a segurança e a facilidade
de transporte para os campos de
batalha. Com o sucesso nas em-
preitadas bélicas, a embalagem
de aço chegou à marinha inglesa,
popularizando a lata.
Em poucos anos, a produção de
conservas desenvolveu-se na
França e na Grã-Bretanha. Além
da sardinha e de outros peixes,
as carnes, legumes e frutas são,
desde então, “appertizadas” em
latas de folhas de flandres. E foi
em 1818 que a lata de aço chegou
à Austrália, e, depois, aos Estados
Unidos. Nesta época, os rótulos
das latas de conserva eram feitos
com finas folhas de cobre estam-
padas com o nome da indústria e
soldadas no corpo da lata.
A partir de 1846, o americano
Allen Taylor solicitou a patente
de uma máquina de impressão
para latas de conserva. Trata-se
do início da impressão direta em
litografia. E foi ainda no século
XIX que as latas de aço apresenta-
ram a abertura por descolamento,
a primeira inovação para levar
praticidade ao dia a dia dos con-
sumidores. Em 1979 surge outro
sistema de fácil abertura para
latas de estanho: a Box Bande. A
lata é aberta à mão, puxando-se
uma tira de folha de aço que se
destaca do tampo e do contorno
da lata.
Na década de 80, o desenvol-
vimento da técnica de expan-
são permitiu realizar latas em
formatos até então inéditos.
Além disso, as técnicas de im-
pressão passaram a oferecer
melhor qualidade de reprodu-
ção dos elementos decorativos
e de possibilidades muito ricas
de acabamento. A partir daí, as
principais mudanças foram oca-
sionadas pelo progresso tecnoló-
gico com o desenvolvimento de
embalagens seguras e econômi-
cas, que permitem a conservação
de diferentes produtos, desde
alimentos até tintas e vernizes.
Além dessa evolução, a tecno-
logia de expansão, responsável
pelo “shape” das embalagens,
e a litografia, responsável pela
rotulagem, diferenciam positiva-
mente as latas de aço.
Durante o século 20, inovações