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Dezembro 2011
PAINT & PINTURA
Por isso, é crescente a demanda
por matérias-primas menos agres-
sivas ao meio ambiente, sejam
advindas de fontes renováveis, de
tecnologias menos intensivas na
emissão de gases de efeito estufa
(tintas com baixo COV – compos-
tos orgânicos voláteis) ou pela
diminuição dos riscos à saúde do
trabalhador”, declara Hugo Leo-
nardo Gardelli, gerente de negó-
cios – Coatings da Oxiteno.
O mercado mundial de solventes é
da ordem de 21 milhões de tonela-
das, distribuídas geograficamente
na Ásia (35%), América do Nor-
te (25%), Europa (28%), América
Latina (7%) e África / Middle East
(5%). O setor de tintas e vernizes
vem aplicando, com mais inten-
sidade nos últimos cinco anos, as
restrições que os mercados mais
maduros, como América do Norte
e Europa, já fizeram. “Podemos
dividir a mudança no mundo
dos solventes em quatro grandes
fases: nos anos 80, restrição
ao uso dos clorofluorcarbonos
(CFCs), que destruíam a camada
de ozônio da camada mais alta da
atmosfera do planeta, trazendo
grande risco de câncer de pele;
nos anos 90, restrição do uso dos
hidrocarbonetos, que têm eleva-
da toxicidade ao homem e que
promoviam a formação de ozônio
na troposfera, camada respirável
da atmosfera do planeta (ozônio
é um poluente poderoso); no final
dos anos 90, restrição ao uso de
solventes com propriedades de
CMR (carcinogênese, mutagênese,
reprotoxicidade); e na atual, intro-
dução de produtos com caracterís-
ticas sustentáveis, com origem em
fontes renováveis, baixo potencial
de formação de compostos volá-
teis, baixa toxicidade e competiti-
vos do ponto de vista comercial”,
ressalta Alexandre Castanho,
diretor global da Unidade de Sol-
ventes da Rhodia Coatis.
José Antonio da Costa, gerente de
marketing da Agro Química Ma-
ringá, informa que por questões
ambientais se observa um aumen-
to na substituição de solventes
hidrocarbônicos (tolueno/xileno) e
halogenados por solventes oxige-
nados. “Porém, uma das barreiras
que impedem uma utilização ain-
da maior dos solventes oxigenados
é o custo frente a outros tipos de
solventes.”
A tinta base solven-
te, oxigenado ou não,
ainda é a tecnologia
mais utilizada por
apresentar a melhor
relação custo e de-
sempenho; o futuro,
em virtude do pro-
tocolo de Montreal,
emissões de VOC
e outras questões
ambientais é favorá-
vel à implementação
de tecnologias como
alto sólidos, cura UV e base água.
“Mundialmente, os solventes de
fonte petroquímica ainda são pre-
dominantes, mas mesmo estes têm
tido suas taxas de crescimento
diretamente relacionadas com o
quão amigáveis podem ser consi-
derados em relação ao homem e
ao meio”, declara Ingrid Cristiani,
engenheira química e especia-
lista em meio ambiente da Dipa
Química.
Necessidades do mercado
A escolha do solvente oxigenado
na indústria de tintas tem que
atender os critérios de desempe-
nho, custo, gastos com energia na
secagem e aplicação, baixo inves-
timento inicial, além de atender
os padrões de saúde ocupacional e
meio ambiente. “Os solventes oxi-
genados são utilizados em qual-
quer tipo de tinta em que se pre-
cisa dispersar ou dissolver compo-
nentes utilizados em formulações,
como resinas e pigmentos, confe-
rindo à tinta uma viscosidade ou
consistência adequada para uma
aplicação uniforme. Uma vez que
a tinta é aplicada, os solventes
evaporam, permitindo à resina
e aos pigmentos produzirem um
Anilton Flávio Ribeiro, diretor de tintas e
industrial da Arinos
José Carlos Menezes, gerente
de produto e mercado da
Bandeirante Brazmo