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Abril 2012
PAINT & PINTURA
preço e até visualizar uma crise de
desabastecimento num futuro próxi-
mo. “O problema maior não está na
capacidade produtiva mundial e sim
na matéria-prima para a fabricação
do produto (ilmenita), que não tem
atendido à demanda total. A expec-
tativa é de preços em alta, devendo
ultrapassar a barreira dos US$ 4000/
toneladas FOB ainda no primeiro
semestre do ano. Só para se ter uma
ideia, no começo de 2011 estava ao
redor de US$ 2700/toneladas FOB.”
O consumo de dióxido de titânio
vem crescendo no País, até porque os
principais mercados de sua utilização,
como tintas e plásticos, também cres-
ceram nos últimos anos. O Brasil está
atravessando um período de expansão
da sua economia e ainda contará com
eventos como Copa do Mundo e Jogos
Olímpicos, o que provocará investi-
mentos tanto na infraestrutura bási-
ca como no setor industrial. Isto abre
expectativas positivas de contínuo
crescimento do mercado brasileiro,
tanto para este ano como para os pró-
ximos. “Já a crise econômica que hoje
afeta principalmente o bloco europeu
poderá provocar queda do consumo de
titânio em algumas regiões e, conse-
quentemente, o deslocamento de pro-
dutos, se houver excedentes,
para países que apresentam
demanda crescente, como
é o caso do Brasil”, conta
Ferraz, da Resinet.
Rosi Colacioppo, gerente co-
mercial de tintas da Brenn-
tag, alerta que as incertezas
da crise causam, constan-
temente, insegurança nos
clientes. “Automaticamente
gera um comportamento
mais conservador nos clien-
tes para a reposição de seus
estoques.”
Barboza, da DuPont, afirma que as
empresas, de modo geral, procu-
raram trabalhar com baixos níveis
de inventários, à medida que as in-
certezas no mercado internacional
se intensificaram no final do ano
passado. “Para se ter uma ideia, este
comportamento levou a uma redução
da demanda no mercado nacional de
-29% no trimestre, quando compara-
mos o desempenho ao mesmo período
do ano passado. Vale ressaltar que a
expectativa da entrada da redução da
alíquota de importação também con-
tribuiu para esta redução da demanda
no Brasil. Conforme nos aproxima-
mos do segundo trimestre, período
de alta demanda global
por dióxido de titânio, e
as incertezas econômicas
vão se dispersando, como
melhora dos indicadores
econômicos americanos
e acordos fechados com
a Grécia, a tendência é
de um retorno aos níveis
normais de consumo.
Neste ano, a nossa expec-
tativa é de crescimento
do mercado nacional de
dióxido de titânio em 4%
alinhado com a expectativa de um
crescimento do PIB entre 2,5% e 3%”,
revela.
Substituição
A prática da substituição do dióxido
de titânio por outro produto com o
objetivo de diminuir os custos ainda
acontece no mercado brasileiro. Mas
Piergallini, da Cristal Global, alerta
que o dióxido de titânio ainda é um
pigmento branco por excelência e a
sua substituição total ou em altos per-
centuais é extremamente difícil sem
correr risco de reduzir a qualidade dos
produtos. “A prática da substituição
de dióxido de titânio sempre ocorreu
dentro das indústrias que o utilizam.
O que acontece em determinados
momentos, como agora em que os
preços estão em alta, é um foco ainda
maior nessa prática e sua consequen-
te aceleração. Outra consequência
momentânea é que produtos desen-
volvidos para a substituição parcial
do dióxido de titânio, e que não eram
economicamente viáveis, passam a ser
nessa fase de preços altos. Ao invés de
reverter essa situação, a Cristal Global
tem acompanhado todos os desenvol-
vimentos e promovido parcerias com
empresas de alta tecnologia, além de
Camila Pecerini, chefe de produto para América Latina da área de
Inorganic Materials da Evonik
Victor Luis Maluf Amarilla, diretor técnico e de marketing
da Kalium