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Julho 2012
PAINT & PINTURA
para a indústria brasileira; é o fim
dos incentivos fiscais, ou seja, para
beneficiar um determinado segmento
ou pequena parte do empresariado
nacional a grande maioria vai pagar
mais caro.
Ainda há quem diga que essa foi uma
medida impensada, que deveria ser
avaliada de forma mais ampla e se-
torial, nunca de forma generalizada.
E haverá o impacto da transferência
de grande parte das operações dos
portos que tinham incentivos, para
o Porto de Santos, o maior mercado
consumidor. Isso deverá onerar ainda
mais os custos.
Na verdade, o principal objetivo do
governo é a redução da importação de
produtos que concorram diretamente
com a indústria nacional, bem como
colocar um fimna “guerra dos portos”,
que tem prejudicado o desempenho
da indústria de manufaturados e re-
duzido sua competitividade. A forma
encontrada para isto reduz a alíquo-
ta interestadual para os produtos
importados em 4% a partir de 2013,
o que impacta diretamente na conta
de crédito e débito da distribuição
de produtos importados. Haverá um
impacto direto nas vendas interesta-
duais, podendo ser avaliadas se são
ou não interessantes, dependendo do
balanço fiscal e das margens obtidas,
o que na prática significa tornar al-
guns negócios menos atrativos.
Para o comprador, também dependerá
do seu balanço fiscal para tornar a
compra de um distribuidor mais ou
menos interessante quando apresen-
tar a alíquota do ICMS em 4%. De
concreto, a solução gerará uma nova
discussão nos negócios da distribui-
ção de produtos importados a partir
do próximo ano, o que não significa
que nossa indústria terá ganhos com
esta medida, visto que nem sempre os
produtos distribuídos são produzidos
no Brasil.
Porém, ainda é cedo para avaliar
este cenário. É necessário aguardar a
regulamentação e início de vigência
destas medidas, o que acontecerá em
janeiro de 2013, para que seja possível
avaliar com mais precisão o impacto.
Cenário mercadológico
O mercado de distribuição de produ-
tos químicos envolve importações e
vendas de produtos provenientes de
diversos continentes, por isso, real-
mente as variações cambiais possuem
um impacto nos negócios. O mercado
se habituou nos últimos dois anos a
trabalhar com taxas mais estáveis, no
entanto, é normal que existam flutu-
ações, como agora que o dólar está
alto, de forma que se faz importante
que as distribuidoras estejam atentas
e possam tomar medidas que auxiliem
os clientes finais durante este período
de forte alta. É claro que, ao longo
do tempo, haverá também situações
inversas, como houve recentemente;
é um ciclo sem fim.
A previsão é de que este ano seja bas-
tante desafiador, pois a economia in-
dustrial como um todo não vem dando
sinais de grandes mudanças no atual
cenário nacional. No entanto, além
dos serviços básicos e atendimento ao
cliente, as distribuidoras buscam am-
pliar seus negócios, levando linhas de
produtos inovadoras aos seus clientes,
o que auxilia as empresas a enfrenta-
rem tempos mais difíceis e apresentar
ao longo do tempo resultados acima
da média do setor.
A alta do dólar acabou dando uma
freada na produção, pois impacta
nas decisões de compra, inclusive
em diversos segmentos nota-se
uma sensível queda nos negócios.
Porém, num primeiro momento
há a redução nas vendas, mas ao
passar o impacto inicial o mercado
retoma a demanda.
Para muitas distribuidoras, manter
o dólar em um patamar mais ele-
vado não é ruim para a economia
do País, pois estimula a exportação,
torna a indústria mais competi-
tiva e, por consequência, incen-
tiva o aquecimento no mercado.
Entretanto, uma rápida e brusca
variação do dólar, como ocorreu