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Agosto 2013
PAINT & PINTURA
repintura. Queremos crescer como
empresa.
Revista Paint& Pintura - Isso inclui
a entrada da Axalta no segmento de
tintas decorativas?
Oliveira -
Não tem como ser a
maior indústria de tintas - como nós
queremos ser nos próximos cinco a
dez anos - sem considerar o mercado
imobiliário. Isso vale no mundo todo.
O nosso portfólio de produtos tem
que se complementar com a indústria
imobiliária, seja porque o Brasil ainda
vai crescer nesse segmento, seja porque
o mercado de tintas imobiliárias
representa 60% do total. Dessa forma,
não participar desse mercado é quase
que uma heresia. Temos condições
de satisfazer um mercado com nossa
qualidade, com o nosso serviço, e
sermos diferenciados. Este é um
mercado muito grande, acima de 600
milhões de litros de tintas/ano só na
área decorativa. Então, nós temos
que ter um bom plano de negócios
e o Brasil que nós conhecemos é
aquele que você tem que investir na
baixa e colher na alta. Respondendo
objetivamente, sim, nós vamos ampliar
a nossa área de atuação, que hoje é
focada nos segmentos automotivo,
repintura e indústria geral para outros
mercados.
Revista Paint& Pintura - Como a
Axalta já dispõe de fábrica, produtos
de alta tecnologia e laboratórios, os
investimentos do grupo terão outro
direcionamento?
Oliveira -
Hoje, a Axalta é uma
empresa completa, o que nós não
participamos é em todos os segmentos.
Nós temos área aqui nesta unidade
para construir outra fábrica de tintas.
Guarulhos é o melhor local? Neste
momento é, estamos satisfeitos com as
formas de acesso, pois a logística aqui
é muito boa. Mas, nada impede que, ao
invés de fazermos outra fábrica aqui,
seja feita uma aquisição, por exemplo,
que possa reduzir o tempo para essa
entrada no mercado. Ainda estamos
avaliando isso como um conjunto. E
esse momento é muito bom para isso,
pois essa é a hora de investir e nós
temos esse mandato.
Revista Paint& Pintura - Existe uma
expectativa de investimentos em
novas linhas de produtos nas linhas
onde a empresa já atua?
Oliveira -
Sim, em nenhum momento
vamos ficar em uma inércia. Vamos
usar a marca Dupont num período
de transição de 18 meses, no entanto,
continuamos com as mesmas marcas
de produtos. O mercado não precisa
ficar preocupado, porque a marca
Dupont será removida gradativamente
pela marca Axalta, mas as marcas
de produtos continuam sólidas
porque elas vieram junto com o
conglomerado. Dessa forma, para o
cliente final, a embalagem e o produto
que ele estava acostumado a pedir
vão ser os mesmos, pois não estamos
criando uma nova identidade, mas sim
um novo perfil da empresa, pois antes
nós éramos uma unidade de negócios
e, agora, nosso negócio é só tinta.
Revista Paint& Pintura - Dentro do
próprio grupo existe uma sinergia
nas empresas que o compõe?
Oliveira -
A Carlyle atua em vários
segmentos de negócios, mas cada
um é independente, embora haja
eventos de troca de experiência, não
existe mercado cativo para ninguém.
Para dar um claro exemplo, a CVC
pertence ao grupo, mas nós não
precisamos necessariamente comprar
as passagens para os nossos executivos
por ela somente por essa condição,
mas sim do fornecedor que é mais
competitivo, daquele que oferece o
melhor serviço. Da mesma forma,
eles não vão ser obrigados a baixar o
preço para nos atender, pois têm sua
estrutura de custo e preço e têm que
dar resultado, assim como nós. São
gestões completamente profissionais.
Revista Paint& Pintura - Existe uma
meta de crescimento já estabelecida?
Oliveira -
No mundo todo, e aí pode
parecer um pouco agressivo, nós temos
entre cinco e dez anos para duplicar
o valor da nossa empresa. Isso é uma
meta clara e objetiva. O que significa
isso? A Carlyle pagou US$ 4,9 bilhões
à vista pela Dupont Performance
Coatings no dia 1º de fevereiro deste
ano. Os investimentos serão feitos para
que possamos gerar ainda mais valor
ao negócio. Então, além do crescimento
orgânico do mercado, nós vamos fazer
investimentos para um posicionamento
de mercado que significa um grande
desafio para todos nós. É uma meta
agressiva, porém estamos cientes de que
é possível, com o que nós temos hoje e
com as oportunidades dos mercados
emergentes.