Revista Paint & Pintura - Edição 230

DIÓXIDO DE TITÂNIO 32 | PAINT&PINTURA | Março 2018 gras ambientais vigentes e apenas recentemente começaram a ser fiscalizadas com rigor. Alémdisso, ocorreu um grave acidente numa das maiores fábricas da Europa no início do ano, o que pressionou o mercado.” Lima ainda explica que o ano passado foi de desbalanceamen- to entre a oferta e a demanda, culminando em consecutivos aumentos. “Como consequência, o dióxido de titânio alcançou seu maior valor de mercado desde 2013, repondo as quedas de preços ocorridas no período que durou até 2016. Apesar disso, o Brasil consumiu mais dióxido de titânio em 2017, devido à retomada, ainda que modesta, da construção civil pós-crise. Para o ano de 2018, espera-se algo similar com o que ocorreu no ano passado: aumento nos preços e no volume de consumo no Brasil. Porém, como os fatores que levarão a novos aumentos estão no radar, não esperamos novas surpresas, que, caso surjam, poderão elevar ainda mais o ritmo de crescimento dos preços e levá- -los a ultrapassar a máxima histórica. Portanto, pelo menos até ametade do segundo semestre, é possível afirmar que os preços do dióxido de titânio no Brasil irão subir, assimcomo é possível afirmar que dois mais dois é igual a quatro.” Amarilla, da Kalium, também afirma que, desde o começo do ano de 2017 até agora houve um acréscimo no preço in- ternacional do dióxido de titânio emmais de 60%. “Depende de oferta do produto final ou da matéria-prima. Os recentes problemas ambientais na China influíram no fechamento de fábricas, resultando na menor oferta e em grande aumento de preços. A não permissão de importação com cotas de imposto de importação mais favoráveis aumentou os preços internos. Novamente houve a omissão da presença de cotas de importação com imposto de importação diferenciado por parte dos órgãos governamentais. Nummercado importante como o de tintas, que acresce empregos e diminui a impor- tação de produtos finais, devemos diminuir os custos das matérias-primas, evitando o aumento de competitividade dos produtos importados. Diminuir custos de produtos e matérias-primas é fundamental para evitar a invasão de pro- dutos importados. Gostaria de alertar os órgãos reguladores que a indústria local não supre a demanda e, por isso, essas cotas de importação diferenciadas devemexistir e acompanhar o crescimento do mercado.” Amarilla também faz umbalanço do ano passado e fala sobre suas expectativas para 2018: “Em 2017, houve aumento de consumo de todas as grades em relação a 2016. Nos mercados em que atuamos houve aumento de até 10% de consumo em algumas grades, como, por exemplo, no mercado de tintas arquitetônicas. As expectativas para o ano de 2018 são de crescimento em todos os segmentos de mercado. Acredito que o consumo aumentará em índices maiores que 5%. As importações devemsuprir este aumentode demanda.” Silva, daMetalloys, conta que no Brasil um importante segmento consumidor de TiO2 é o da construção civil, que vemsofrendomuito comos acontecimentos políti- cos e econômicos do país, comprometendo e gerando impacto negativo no consumo sobretudo nos últimos dois anos. “No entanto, coma retomada do crescimen- to econômico, diversos indicadores microeconômicos deramsinais de retomada. Por isso, nossa expectativa e de crescimento nas vendas na ordemde 10% em 2018.” Regina, da Braschemical, ressalta que em 2017 houve falta de TiO2 e consequente aumento de preços, assim o cenário para 2018 não é diferente. “Além disso, o negócio de TiO2 ainda sofrerámais consolidações, prin- cipalmente na China, nos próximos cinco a dez anos. Até 2020 não há incremento de capacidade produtiva, apesar de alguns fabricantes chineses estarem inves- tindo no sistema cloreto, que ainda demanda tempo e investimentos para atingir a qualidade ocidental. Os próximos anos ainda serãomarcados pela alta deman- da versus oferta não suficiente.” Carlos Fernando de Abreu, CEO Colormix Especialidades José Carlos Bartholi, sócio e diretor comercial da Colortrade

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