Revista Paint & Pintura - Edição 240

ARTIGO 18 | PAINT&PINTURA Jan/Fev 2019 A Deloitte apresentou no final de 2018 uma Agenda 2019 sobre as perspectivas, conduzida com826 empresas representando cerca de 41% do PIB brasileiro. A conclusão indica que 97% dessas empresas vão realizar algum tipo de investimento no ciclo de recuperação que agora se inicia. Duas concentrações de iniciativas chamam a aten- ção. A primeira é a preocupação das empresas em recuperar a capacitação de sua mão de obra, acele- rando a formação e os programas de qualificação. A segunda concentração está na procura de produtivi- dade e tecnologias com foco na inovação. 60% das indústrias terão as iniciativas de lançamento de produtos e serviços, mas existe também uma preocupação não claramente resolvida de como equacionar a qualidade e competitividade se qui- sermos ser globalmente competentes. As empresas que se prepararammesmo em tempos difíceis sairão na frente no posicionamento de mercados locais ou fora do país. O MERCADO BRASILEIRO DE TINTAS Uma publicação recente da RY &Associates analisou a indústria de tintas sob esta perspectiva de compe- titividade e agregação de valor. Tem se observado no mercado brasileiro de tintas uma desconcentração da participação das cinco empresas chamadas de líderes globais de tintas, com uma participação decaindo de 58% em 2010 para 53% em 2017. Considerando que o mercado de tintas no Brasil en- colheu em volume e valores neste período, a queda de receita em tintas que estas empresas sofreram no período foi significativa. De uma venda liquida de quase US$ 2,6 bilhões em 2010, elas se reduziram a cerca de US$ 2,4 bilhões em 2017, uma queda acima de 5% nas receitas no mercado interno brasileiro. Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates Francisco Rácz, da Rácz, Yamaga & Associates Por Francisco Rácz e Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates AGENDA 2019: QUALIDADE E COMPETITIVIDADE Em contrapartida, as empresas locais cresceram em participação no mercado em vendas reais. Em linhas gerais se observou que nestes anos de mercados em queda, as empresas locais, de maneira geral, focaram em seus valores e os protegeram neste período. Também protegeram seus nichos tecnológicos e ou geográficos, suas marcas e outros valores internos e muitas delas se expandiram para mercados do exterior. As empresas globais, ao contrário, focaram em resultados de curto prazo e buscaram ganhos de produtividade por meio de racionali- zação generalizada e medidas similares sem agregação de valor. A resultante maior foi a sobrevivência com perda de posições e pouca agregação de valor. O resultado, além da perda de participação de mercado, se refletiu na perda de receita mencionada, e os programas de racionalização não se mostraram suficientes para melhorar os resultados finais. O fato de grandes empresasmundiais perderemmercado emnegócios tradicionais, por concentração de esforços no curto prazo se obser- vou também no mercado global: as cinco maiores empresas de tintas passaramde 32% de participação somada em2010 a poucomais de 27% em 2017 no mercado global (Coatings World). A perda em negócios tradicionais das grandes empresas internacionais é dramática e se

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