Revista Paint & Pintura - Edição 250

ENTREVISTA PAINT&PINTURA | Dezembro 2019 | 15 Como o senhor avalia hoje o segmento químico, em especial, o de tintas no Bra- sil e a Evonik nesse contexto? O setor químico é bastante forte, prin- cipalmente, pelo fato de o Brasil ser um dos maiores fornecedores de petróleo no mundo. É um país industrializado e com grande força. O setor químico acompanha essa tendência e essa força como um todo. Do segmento de tintas sou suspeito falar, porque está no meu DNA, onde eu comecei minha carreira. A tinta está presente em tudo que fa- zemos hoje, por exemplo, nos móveis, nos automóveis etc. Cada vez mais as tecnologias avançadas não existem sem um desenvolvimento no mercado de tintas. A força que o Brasil tem como umdos grandes produtores de tintas no mundo é bastante expressiva. das tintas, dizia que fazer tinta era fácil, mas fazer tinta de qualidade e compe- titiva eram para poucos, e acredito que isso continua. Eu até acrescentaria que é preciso fazer isso sempre, ou seja, ter a certeza que receberá sempre a matéria-prima de qualidade para ter re- produtibilidade, isso émuito importante nos dias de hoje. Matéria-prima barata sempre vai ter, agora, ter uma fonte de tecnologia, parceiros, e matérias- -primas no prazo, são diferenciais para poucas empresas. E esses são os nossos diferenciais. A competitividade é umamarca do setor de tintas no País. Quais as estratégias da Evonik para aumentar a sua participação nesse mercado? A competitividade para nós está sem- pre relacionada com a inovação. Nossa empresa nunca focou em custo, claro que competitividade é primordial, mas o nosso foco está na inovação, que não significa oferecer algo diferente para o mercado. Hoje, toda a necessidade de matérias-primas, por exemplo, para curas rápidas ou para atender os pro- gramas de qualidade da Abrafati, nós temos solução e esse é o nosso DNA. Tenho muito orgulho disso e nestes 23 anos que estou nessa companhia sempre fomos voltado para isso. A nossa ideia é trazer benefícios em tudo que temos, seja técnico, em supply chain, comercial, desenvolvimento de soluções para problemas, e estar junto aos nossos clientes é uma das carac- terísticas mais fortes da Evonik, tanto com os nossos colaboradores, quanto com o nosso corpo técnico. Esse é o nosso diferencial competitivo. É assim que nos mantemos e crescemos nos últimos anos. O senhor assumiu recentemente o cargo de presidente da Evonik para a região América Central e do Sul. Quais as principais diretrizes estabelecidas para a empresa na região? E suas principais metas e desafios? Novo presidente sempre traz novas ideias. Acredito que isso faz parte da mudança, mas essas mudanças não são revolucionárias, mas evolucionárias, ou seja, é uma continuidade do que foi reali- zado até agora. Tenhomuito orgulho de assumir a posição do Weber Porto, que ficou dezessete anos como presidente na companhia e que fez um trabalho espetacular. Depois de 12 anos, cheguei no Brasil, em janeiro de 2018. Até outubro de 2019 tive tempo para refletir um pouco do que vi na organização e o que podemos fazer. Acredito que a característica principal do que podemos fazer está baseado em quatro pontos fundamentais: um é a tradução da estratégia global da Evonik dentro dos países da América do Sul, parece um pouco trivial isso, mas é bastante complicado. Quando se monta uma estratégia global se olha para omundo, equando falamos de uma região estamos nos referindo às suas características específicas, que não é só a implementação da estratégia, mas uma certeza de que ela funcione de verdade e traga retorno. Essa primeira adaptação só acontece se estiverem as pessoas certas nos lugares certos, o que tambémparece trivial, mas é umgrande desafio. Ter uma mão de obra e um re- curso humano de altíssima qualidade é umdos principais focos da nossa gestão. Outro pilar são os valores. Uma empre- sa sem valor é vazia, isso já era muito propagado pelos colaboradores de uma geração de ‘baby boomers’, e mais ainda difundido na nova geração, que trabalha muito menos para a carreira e muito mais para o valor. Acredito que a nova geração de colaboradores não se sente identificada ou confortável em Omercado temmudado bastante. Essa transformaçãoque está acontecendode exigir uma maior qualidade, por outro lado ter uma tecnologia melhor e uma segurança dematérias-primas, acredito que esse seja o grande desafio do mer- cado de tintas como um todo. Um dos meus primeiros mestres, quan- do comecei a estudar na área técnica

RkJQdWJsaXNoZXIy MTY1MzM=