Revista Paint & Pintura - Edição 251

EVENTOS PAINT&PINTURA | Jan/Fev 2020 | 47 Langoni, lembrou que a situação demo- nopólio na exploração e transporte do gás natural criou umambiente para que o preço do insumo perdesse a competi- tividade. “Para reverter esta situação é preciso aproveitar o forte aumento de produção de gás natural. É o momento de diversificar essa oferta com grandes atores privados”. A vice-presidente do Conselho Diretor da Associação, Daniela Manique, anun- ciou que o faturamento do setor em 2019 deve ser de US$ 118,7 bilhões, 4,2% menor que em2018. Odéficit da balança comercial voltou a crescer e deve chegar a US$ 32,1. O volume de produção caiu 3,7% e as vendas internas caíram 1,7% em comparação com o ano passado e a capacidade ociosa atingiu 30% em 2019. O Brasil ainda possui a sexta maior indústria química do mundo, mas está se afastando das cinco maiores: China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Coréia. “Nossa matéria-prima, energia, custos logísticos e tributos superam os valores pagos pelas empresas nos países concorrentes”, lamenta Daniela. A executiva destacou que a química consome 25% do gás natural destinado à indústria, o que a torna o segmento que mais consome o insumo. “O programa Novo Mercado do Gás é um alento para promover a competitividade”. Segundo o diretor-geral da Agência Na- cional do Petróleo (ANP), Décio Oddo- ne, a partir de 2020 as indústrias sentirão os efeitos da liberação do transporte do gás natural liquefeito. “ORio de Janeiro já aprovou esse marco regulatório e po- derá ser usada toda uma infraestrutura do estado remunerando a distribuidora apenas pelo custo de manutenção de seus gasodutos. A tendência de redu- ção no custo do gás natural para os próximos anos é o choque de competi- tividade e reindustrialização que revo- lucionará toda a indústria intensiva em energia, incluindo a química”, afirma. O economista e sócio-executivo da consultoria GO Associados, Gesner de Oliveira, abordou a importância de se reduzir o “Custo Brasil” para aumentar a competividade das indústrias e dessa forma criar condições para uma inser- ção comercial responsável, por meio de acordos com outros países, que ocorra por um processo transparente com avaliação de impactos sobre o mercado local. O presidente do BNDES, Gustavo Mon- tezano, explicou que o banco vai “des- travar os gargalos necessários para o capital fluir”. Além de manter o apoio para o desenvolvimento da infraestrutu- ra, na próxima década o banco investirá em três setores: saneamento básico, florestas e gás natural. “Neste último tema, o Banco atuará como facilitador para modelar o escoamento do gás e com sua fábrica de projetos para estru- turar a privatização das operadoras de gás no Brasil”. CENÁRIO POLÍTICO Segundo o deputado federal Alex Ma- nente (Cidadania/SP), presidente da Frente Parlamentar da Química, além de trabalhar na pauta para que o setor tenha acesso a energia e gás competiti- vos é precisooferecer segurança jurídica para as empresas investirem no Brasil. “Precisamos combater a corrupção e a impunidade. É hora de mudar isso e ter a segurança jurídica para que todos queiram investir no Brasil”. O diretor superintendente da Umbelino Lôbo Assessoria e Consultoria, Antônio Marcos Umbelino Lôbo, destacou que a pulverização no número de partidos au- mentou a importância dos parlamenta- res e fortaleceu a atuação do Congresso Nacional. “Tivemos uma renovação com parlamentares que têm anseio em co- nhecer as demandas do setor privado”. PRÊMIO KURT POLITZER DE TECNOLOGIA Durante o ENAIQ também foi feita a en- trega do prêmio Kurt Politzer de Tecno- logia. Na categoria Startup a vencedora foi a T.N.S. Nanotecnologia pelo projeto “Substituição de Solventes Tóxicos e Diminuição do Consumo Energético no Processo Produtivo de Antimicrobianos para a Indústria Têxtil”. A vencedora da categoria Empresa foi a Solvay com o trabalho “EON - Solução Inovadora e Sustentável para Aumento de Produti- vidade”. Já na categoria Pesquisador, os vencedores foramFrank Nelson Cres- pilho e Graziela Sedenho pelo projeto “Baterias Orgânicas e Orgometálicas não corrosivas, seguras, sustentáveis e com baixa toxicidade”. Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas Caio Megale, secretário do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia

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