Revista Paint & Pintura - Edição 253

DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 24 | PAINT&PINTURA | Abril 2020 quanto ao mercado brasileiro. Quando soltarmos as amarras da incerteza e se tivermos coragem de investir e em- pregar, teremos taxas de crescimento superiores à média mundial. Isso deve ser acompanhado do comércio de mercadorias do Brasil com o mundo e com o crescimento da infraestrutura. Temos que reagir à falta de confiança, pois tudo se baseia nisso. Omercado de tintas crescerá, acompanhando o setor de construção civil, que se recupera, e outros setores industriais que têm todas as condições de se recuperar. Apenas queroque a crença de umfuturo positivo e de crescimento para o Brasil se faça realidade. Se acreditarmos, isso se realizará.” Na opinião de Ana Amélia Horta, ge- rente de desenvolvimento de negócios da MCassab, o setor de distribuição no Brasil ainda tem espaço para crescer, principalmente quando é comparado com os dados de outros países, como EUA e Europa. “Acreditamos que o in- centivo às pequenas indústrias vem au- mentando, favorecendo o crescimento do distribuidor que possui a capilaridade necessária para este atendimento. O segmento de tintas deve continuar rea- gindo, mas ainda temos muitas incerte- zas nomercado. No geral, estamos com boas expectativas de crescimento.” A Morais de Castro espera um cresci- mento no segmento de distribuição de químicos, afirma André Guimarães de Castro, diretor executivo. “Mas acredi- tamos que o segmento de tintas ainda passe por um momento desafiador no Norte/Nordeste, devido à retomada ainda lenta do segmento de constru- ção na região. Além disso, o surto do Coronavírus e o aumento da taxa de dólar, também criam, respectivamente, neste início de ano, incertezas quanto à disponibilidade de certas matérias- -primas para o setor e, também, quanto aos preços dos produtos.” Quando se olha para a indústria química como um todo, são necessárias refor- mas estruturais, assimcomo o desenvol- vimento de uma política industrial mais estruturada. É importante comentar que, com a entrada do novo governo brasileiro no início de 2019, existia uma expectativa de retomada da atividade econômica, a qual, infelizmente não se concretizou, afirma Felipe Picinini, head dos mercados de tintas, construção civil e adesivos. “Além disso, o Brasil, assim como boa parte dos países da América Latina, está passando por crises políticas, econômicas ou sociais. Este cenário macro inconstante e de incertezas reflete diretamente no de- sempenho econômico dos países. Vale destacar que o crescimento do país se manteve tímido em 2019, porém houve umamelhora da confiança domercado, seguindo a aprovação da reforma da previdência e uma redução histórica da Selic, pós baixos níveis de inflação. O ambiente parece mais favorável para a retomada, porém precisa do suporte da implementação de reformas fiscais e estruturais mais amplas.” Ainda para Picinini, em âmbito global, dando os últimos acontecimentos na China com a chegada do Coronavírus, observa-se um impacto generalizado no mundo todo. “Já tivemos uma baixa no PIB global esperado e, consequen- temente, isso reflete no nosso país também, uma vez que o Brasil também depende das importações chinesas. Adicionalmente, felizmente temos observado desde o Q3 2019, uma leve recuperação do setor de construção civil, estimulado pela tambémretomada dos projetos das construtoras, aliado à baixa taxa de juros e à facilidade de crédito imobiliário.” Para Natália Viana de Melo Raiser, gestora de commodities da Quimisa, as mudanças no ambiente político e econômico nacional fazemcomque sua empresa veja com bons olhos o ano de 2020. “Sabemos que a situação no Bra- sil, nos últimos anos, não colaborou para o crescimento das indústrias, porém em 2020 a expectativa de crescimento nas diversas áreas faz com que o setor químico, consequentemente, cresça e possa recuperar números perdidos nos anos anteriores. Para o setor de tintas, as expectativas também são positivas, com a economia favorável, a possibili- dade é de que os setores da construção civil e tintas no geral se destaquem neste ano.” No final de janeiro de 2020 o mundo entrou em alerta por conta do surto do Coronavírus. Além de ter trazer grandes preocupações com relação à saúde pública e a eminência de uma epidemia mundial, hoje, uma vez que toda cadeia produtiva está ligada direta ou indiretamente à China, há o temor de nova crise no mercado de distribuição pela falta de matérias-primas, alerta Luci de Souza, coordenadora técnica Quiminutri Especialidades Químicas. “As consequências são e serão sentidas em curto e médio prazo, mas ainda não conseguimos mensurar qual impacto isso terá para o mercado brasileiro e em qual magnitude seremos afetados. Tivemos um ótimo começo de ano para o setor de distribuição no mercado de tintas, a economia vem se recuperando nos últimos meses e o clima era de boas expectativas e otimismo.”

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