Revista Paint & Pintura - Edição 264

ARTIGO 10 | PAINT&PINTURA Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates Francisco Rácz, da Rácz, Yamaga & Associates Por Antonio Intini, fundador da Reactor Model Tecnologia; Francisco Rácz e Washington Yamaga, sócios-fundadores da Rácz, Yamaga & Associates REFORMULAÇÕES EM TINTAS: URGENTES E CONFIÁVEIS! O acrônimo “VUCA”, uma combinação dos termos em inglês para volatilidade, incerteza, complexidade e am- biguidade surgiu em meados da década de 80 criado por Warren Bennis e Burt Nanus. O termo surgiu dentro do contexto da Guerra Fria e, passadas mais de três décadas, continua relevante nomomento atual de crise pandêmica, mas dramaticamente demandada pelo senso de urgência. Um laboratório de pesquisa e desenvolvimento (P&D) possui como premissa desejável a estabilidade do cenário dematérias-primas que compõemo seu espaço de formu- lações. Projetos podem levar meses ou mesmo anos nos casos mais complexos para passar por todas as etapas de desenvolvimento, scale-up e validação do produto no mercado. Mudanças durante o projeto podem inviabilizar cronogramas, em particular, para materiais que sejam críticos para o desempenho técnico desejado e com riscos de disponibilidade. A volatilidade dos custos, em um cenário como o atual, pode fazer comque estes ajustes precisem ser realizados de forma cada vez mais frequente. É neste momento em que a agilidade, aliada à capacitação técnica para encon- trar as alternativas e à existência destas alternativas, se torna fator fundamental do sucesso da P&D de uma in- dústria química. A substituição de matérias-primas numa indústria onde mais de 70% dos insumos são importadas por força da tecnologia global de tintas requer umgerenciamento de riscos competente e ágil. O segundo fator, a incerteza, surge como força desestabilizadora no processo de P&D. Projetos em andamento precisam ser in- terrompidos, para que a força de laboratório possa fazer desen- volvimentos de alternativas para matérias-primas utilizadas em produtos de linha e cujos insumos possamestar atrasados devido a falta de contêineres para o transporte marítimo. O aumento do quadro técnico, com a contratação de mais técnicos e químicos, pode possuir uma respostamorosa e nem sempre traz a resposta à demanda urgente e dinâmica. A complexidade, por sua vez, é parte intrínseca de projetos de P&D. Formulações diferentes nascem do poder combinatório de diferentes materiais e processos. Para capturar as inúmeras possibilidades, ferramentas estatísticas, como delineamento de experimentos e softwares preditivos, são utilizadas em conjunto coma competência técnica dos formuladores. Ainda assim, existe a complexidade extrínseca, que apresenta novos problemas a todo omomento, como restrições regulatórias e a indisponibilida- de demateriais e precursores causada pelos problemas logísticos citados. Neste cenário, o formulador temcomo desafio encontrar as soluções dentro do espaço experimental ao seu alcance, com a maior eficiência possível em termos de custos e de prazos. Para lidar com esta complexidade, cada vez mais a digitalização

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