Show do Pintor Profissional - Edição 209

SHOW DO PINTOR • AGOSTO 2020 11 nas, microbolhas e tendem a surgir na segunda demão ou em repasses da pintura. Isso porque a tinta úmida amolece o pó onde foi aderida a primeira camada da tinta. Alberto Lotz, coordenador de treinamento e suporte técni- co da AkzoNobel, sugere, como solução para esse problema em paredes, ser necessário raspar a superfície, fazer eventuais correções com massa acrílica e aplicar uma demão de fundo sintético. “Superfícies com pouca aderência, com presença de brilho, por exemplo, também podem apresentar bolhas durante a aplicação. Nesses casos, é recomendado remover a pintura e lixar para conseguir a aderência ideal. Contudo, se a pintura já estava pronta e ini- cia-se o surgimento de bolhas, a maioria dos casos ocorre quando a pintura recebe contato com água - pode ser água de chuva ou na lavagem de portas, janelas ou até mesmo lavagem da própria parede. Nesse caso, se a pintura foi realizada sobre outra pintura mais antiga, desgastada, as partes soltas sob a película da tinta não suportam a umidade - aqui também superfícies com resíduos de pó ou brilho também podem ser afetadas. Em resumo, isso ocorre pela falta de aplicação de fundo preparador e correta remoção prévia de pó ou outros contaminantes. Para solução, a superfície deve ser lavada, raspada, lixada, receber aplicação de fundo preparador de paredes e, posteriormente, pintada. Outro fato recorrente é a aplicação de massa corrida em locais que receberão contato frequente com água”, aconselha. Em casos como esse, como a massa corrida não é desenvolvida para essa finalidade, ela amolece, refletindo na tinta o aparecimento de bolhas. Para solução, toda massa corrida deve ser removida e aplicada massa acrílica e pintura. O substrato de madeira também sofre com bolhas, esmaecimento, man- chamento e secagem . Kelly Lima, consultora em acabamentos da Montana Química,vai ajudar a solucionar os problemas. BOLHAS Podem ocorrer pela má preparação da superfície; em algumas situações, quando não há aderência adequada ao substrato ou, ainda, em função da exposição, contato com umidade ou contaminantes. Em condições de umidade elevada, a madeira absorve uma pequena quantidade de vapor de água antes da pintura, que evapora quando há exposição ao calor. Esta umidade pode surgir em concentrações pontuais que fazem levantar a pe- lícula de tinta sob a forma de bolha. Uma das causas mais frequentes para a formação de bolhas está associada à exposição às intempéries (umidade e sol), dentro do período de cura ou do acabamento. O preparo da superfí- cie é importante, pois contaminantes, como óleos, graxas, gorduras, pó de lixamento, ceras e pinturas antigas também contribuem para a formação de bolhas. A aplicação excessiva de produto, bem como o uso de ferramentas de pintura inadequadas, também pode favorecer o surgimento de bolhas. “A solução exige remoção total, com os seguintes passos e produtos: para superfície horizontal remoção com a linha Deck (NovoDeck e ClariDeck); para superfícies verticais é indicado o uso do Removedor Striptizi Gel; cor- reção de fissuras com uso da Mazza - massa para madeira; lixamento em 3 fases com lixa grão 150, lixa grão 180 e, para finalizar, lixa grão 220; preparação de madeiras resinosas pede aplicação prévia (com Isolare Iso- lante Preparador); e proteção/acabamento (com OsmocolorStain Preser- vativo)”, explica Kelly. ESMAECIMENTO É o desgaste da pintura quando exposta a ambiente externo, facilmente ob- servado por meio da perda significativa de cor e brilho, deixando o substrato totalmente exposto à ação de intemperismo. Entre as causas estão baixa gramatura do produto, aplicação de demãos inferior ao recomendado, uso de produtos não recomendados para o local de exposição, uso de ferramen- tas inadequadas para aplicação, preparo inadequado do substrato, umidade excessiva na madeira e aplicação em madeira resinosa sem a utilização do fundo isolante. “A solução exige remoção total, com os seguintes passos e produtos: para superfície horizontal, remoção com a linha Deck (NovoDe- ck e ClariDeck); para superfícies verticais, é indicado o uso do Removedor Striptizi Gel; correção de fissuras com uso da Mazza - massa para madeira; lixamento em 3 fases com lixa grão 150, lixa grão 180 e, para finalizar, lixa CUIDADOS COM A MADEIRA grão 220; preparação de madeiras resinosas pede aplicação prévia (com Iso- lare Isolante Preparador); e proteção/acabamento (com Osmocolor Stain Preservativo)”, explica Kelly. MANCHAMENTO É a alteração do aspecto visual do revestimento ou da madeira, podendo ser observada em todo o substrato ou apenas em algumas regiões. O mancha- mento, geralmente, é causado pela umidade ou pela resina retida na madei- ra. As manchas brancas são resultado da penetração de umidade no reves- timento, mas não na madeira em si. Já as manchas escuras ocorrem quando a água penetra o revestimento e atinge a madeira. As manchas ocasionadas por fungos aparecem normalmente sobre o revestimento - por serem vivos, eles se proliferam em condições de clima favoráveis, como em ambientes úmidos, mal ventilados ou mal iluminados. Algumas manchas podem ocor- rer quando a repintura foi feita sobre resíduos de soda cáustica ou similar, utilizada na remoção da pintura anterior. A migração de ácidos orgânicos ou resinas naturais, característica de certos tipos de madeira, também pode causar manchas. “A solução exige remoção total, com os seguintes passos e produtos: para superfície horizontal, remoção com a linha Deck (NovoDeck e ClariDeck); para superfícies verticais, é indicado o uso do Removedor Striptizi Gel; cor- reção de fissuras com uso da Mazza – massa para madeira; lixamento em 3 fases com lixa grão 150, lixa grão 180 e, para finalizar, lixa grão 220; pre- paração de madeiras resinosas pede aplicação prévia (com Isolare Isolante Preparador); e proteção/acabamento (com Osmocolor Stain Preservativo). SECAGEM O processo incompleto da película aplicada, pode ser observada em todo o revestimento ou apenas em algumas partes. Ocorre quando a super- fície apresenta grau de umidade elevado, quando a temperatura do local está baixa, com grau de umidade elevado, quando há aplicação excessi- va ou ainda quando há intervalo inferior ao recomendado para aplicação. Também pode ocorrer quando há aplicação em madeiras resinosas, como cumaru (ipê champagne), ipê tabaco, itauba, grápia (garapeira), pinus (nós), entre outras, sem aplicação prévia do produto adequado ou ainda com a aplicação de cera, seladora, óleos, entre outros produtos. “Neste caso, a so- lução é a limpeza da superfície com pano umedecido com Thinner Especial, ou a remoção total para a aplicação do fundo Isolare Isolante Preparador no caso de madeiras resinosas. Neste último caso, basta seguir os mesmos procedimentos indicados nos outros problemas”, conta Kelly.

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