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Grande ABC se reúne para debater o Futuro da Indústria Química

19/10/2023 - 13:10

Com o apoio da Abiquim, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, realizou no dia 02 de outubro, o Seminário ‘O Futuro da Indústria Química’, evento que reuniu representantes do Governo Federal, governos municipais de Santo André e Mauá, parlamentares, DIEESE, empresas, universidades, entidades, associações e sociedade civil, no auditório da Braskem, em Santo André, ABC Paulista.

André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, traçou o cenário internacional e, partindo dele, o da indústria química brasileira, cujo status crítico e delicado se intensificou desde meados do ano anterior, quando a indústria química mundial entrou no seu ciclo de baixa por grandes capacidades produtivas que entraram no mercado no período recente, gerando utilização de capacidade ociosa no mundo de vários produtos químicos.

Essa fragilidade, enfatizou Passos, foi potencializada ainda pelos reflexos da pandemia ocasionando uma desestruturação do mercado global de químicos, impactando a cadeia de suprimentos e criando complicações no mercado interno. “Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a Ásia passou a ter acesso a matérias primas mais baratas - com óleo e gás russos - possibilitando diminuir ainda mais os preços dos seus produtos”, acrescentou.

Como resultado desse contexto, o presidente da Abiquim explicou que o Brasil sofre sobremaneira porque tem matéria-prima cara, tributação alta e ambiente regulatório instável. “O que se viu no primeiro semestre, portanto, foi um recuo no mercado de químicos no Brasil e um surto de importações baseado em preços totalmente artificiais, provocados pelo preço do gás da Ásia, especialmente, e pela reação dos produtores americanos a partir de sua matéria-prima baixa - o shail gas - e uma política industrial com subsídios para driblar esse cenário.

Ainda segundo Passos, esse cenário impacta diretamente o Polo do ABC, já que entre esses produtos importados, nove deles são produzidos localmente. “Esses itens tiveram um aumento médio de cerca de 35% de importações, combinado com uma queda de 30% nos preços. Ou seja, impacta também o Estado de São Paulo, já que o Polo do ABC é o principal do Estado.”

No segundo bloco do encontro foram discutidos os desafios e oportunidades do Polo ABC

Atrelado à essa dificuldade econômica, o Polo do ABC tem ainda uma outra agenda relevante que envolve o seu zoneamento. O tema, também tratado no seminário, foi abordado, entre outros palestrantes, pelo deputado Luiz Fernando, que preside a Frente Parlamentar em Apoio à Indústria Química e Farmacêutica na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).

De acordo com Luiz Fernando, o grupo tem feito um trabalho intenso para que o governo do Estado de São Paulo reconheça o Polo Petroquímico do ABC como um complexo de indústrias do setor químico, estabelecendo em seu Plano Diretor o impedimento de novas moradias verticais no seu entorno, como a construção de um condomínio de prédios de 18 andares, evitando, assim a difícil e arriscada convivência entre indústria e habitação, bem como a evasão de empresas do Polo. “A não institucionalização estabelece, sobretudo, insegurança para o seu próprio processo de consolidação e expansão”, ressaltou o deputado, que estava acompanhado de outros dois representantes da Frente, Ana Carolina Serra (Cidadania) e Rômulo Fernandes (PT).

Para o assessor da Secretaria Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tiago Nicácio Pereira, a discussão é de extrema relevância. Em sua participação, ele enfatizou o compromisso do Governo Federal com a indústria química, destacando a missão da instituição em incentivar o envolvimento de todos os atores no sentido de fomentar o desenvolvimento do setor.

Entre a condução dos dois painéis, Aroaldo da Silva, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, destacou a relevância da indústria local, que responde por quase um terço do PIB do ABC, bem como a importância de ouvir todas as indústrias químicas da região no sentido de definir ações e organizar um pacto pelo futuro da indústria na região.

O seminário contou ainda com o apoio do Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC), do Comitê Gestor de Governança do Polo Petroquímico do Grande ABC (CGG), da Frente Parlamentar em apoio à Indústria Química e Farmacêutica de SP (FPQ-SP), do Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química (IDQ) e do Sindicato dos Químicos do ABC.

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