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artigo
Tintas base água e sustentabilidade
*Por Ricardo Stiepcich
A preocupação em reduzir a emissão de matérias voláteis (solven-
tes) na atmosfera está levando os fabricantes de tintas a migrarem
cada vez mais para as tecnologias aquosas. As tintas formuladas
à base de água fazem parte de uma realidade mundial e estão
inseridas na prática de empresas que compartilham a cultura da
sustentabilidade e melhoria na qualidade de vida das pessoas.
Quantidades excessivas de VOC (Compostos Voláteis Orgânicos)
emitidas na atmosfera apresentam dados alarmantes sobre o
futuro climático do planeta e os riscos à saúde humana. Por isso, a
fabricação de tintas com baixo teor de VOC, que é o caso das tintas
base água, é uma tendência irreversível.
Tecnicamente, a parte volátil das tintas aquosas é constituída por
98% de água e 2% de compostos orgânicos (valores médios). Com
isso, essas tintas se caracterizam pelo odor bastante reduzido e
prometem elevado poder de cobertura e excelente acabamento.
Além disso, oferecem bem-estar para o usuário durante a aplicação
e facilidade para limpar rolos, trinchas e pincéis após o uso do
produto.
Hoje, as tintas que contemplam a tecnologia aquosa não são ape-
nas as indicadas para uso em paredes. Apesar do setor de tintas
imobiliárias representar o maior segmento com produtos baseados
em sistemas base água, elas também estão conquistando o seg-
mento de repintura automotiva. As tecnologias utilizadas são bem
avançadas e oferecem aos reparadores ganhos de produtividade
e preservação da saúde. Dependendo da estrutura da ofcina, a
migração para o sistema base água é fácil e rápido.
Isso mostra que, embora ainda não exista no Brasil uma lei que
limite as emissões de VOC, a legislação ambiental direciona a in-
dústria a adotar as melhores tecnologias disponíveis. Porém, sabe-
-se que o País caminha para uma autorregulamentação de VOC a
partir de normas internacionais, como as implantadas nos Estados
Unidos e na Europa, que proíbem o uso de tintas com grandes
quantidades de solventes. E os fabricantes, como empresas glo-
balizadas, adotaram essas linhas por aqui procurando atender a
legislação desses países, antecipando-se às exigências futuras.
Hoje, companhias que se dedicam a causas socioambientais são
cada dia mais admiradas e é inegável a contribuição da indústria
química para a preservação do meio ambiente, em especial por
lembrarmos que ela está presente no dia a dia de toda sociedade.
* Ricardo Stiepcich é presidente do Sindicato da Indústria de Tintas
e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp)
www.sitivesp.org.br
“As tintas formuladas à base de água
fazem parte de uma realidade mundial e
estão inseridas na prática de empresas que
compartilham a cultura da sustentabilidade e
melhoria na qualidade de vida das pessoas”