Revista Paint & Pintura - Edição 196 - page 19

entrevista
Paint&pintura | Jan/Fev2015 | 19
Revista Paint&Pintura: Comoreagiuo setorde
tintasem2014?
DilsonFerreira:
Oanode2014foimarcadoparaa indústria
de tintas como um ano de incertezas e de instabilidade. Não
tivemosumadefiniçãodapolíticaeconômicaedaexpectativa
dosresultadoseconômicosaolongodoanoquenospermitissem
planejareconseguir resultadospróximosdoprevisto.
Ao longodoano, vimosumacontínuadiminuiçãonaexpecta-
tivadodesempenhodaeconomiapormeiodoPIB, e também
umadiminuiçãoocorrendoapontodeterminarmosoanocom
crescimentopróximode zero, e isso se confrontou comuma
expectativaderetomadasobreoanopassado,econsequente-
menteumamelhoriadoambientedenegóciosederesultados
dosetorde tintas.
Onossodesempenhodependemuitodosresultadosdosseto-
resquepintam seusprodutos comasnossas tintase seesses
setoreseaatividadeeconômicavãobem, consequentemente
vendemosmais tintas e o nosso negócio vai melhor, mas se
esses setores não vão bem, naturalmente também somos
afetados.Parafalardessessetores,começopelosetorautomo-
tivo,queemboranãosejaosegmentoqueusamais tinta,éde
grande importânciaem funçãodonível técnicodosprodutos,
ou seja, da agregaçãode valor técnico, e consequentemente
deumpreçoquerefletenessaaltaconcentraçãodetecnologia.
Por isso, o automóvel émuito importante, tantopara vendas
àsmontadorasquepintamseusveículoscomoparaomercado
de repintura, que é igualmente importante e tem dimensões
semelhantes ao de tinta original, embora sejam vendidos de
forma diferente, em embalagens pequenas, e por meio do
comércioparaasoficinasde funilariaepintura.
Asomatóriadessesdoissegmentosrepresentaemtornode15%
do faturamento da indústria de tintas, com as considerações
com relação ao valor agregado. A indústria automobilística,
mesmocomo incentivodogovernocomreduçãode impostoe
apossibilidadedefaturamentoaumprazomaior(financiamento
doautomóvel), teveumanomuitodifícil, eparaa indústriade
tintasnãoé importantequantoscarrossãovendidosnomerca-
do,massimquantosautomóveissãoproduzidos,eaprodução
de carros de veículos no Brasil, neste ano de 2014, vai estar
entre 15% e 16% abaixodoque foi aproduçãoem 2013. Oque
afetouessaquedanaproduçãofoiaconcorrênciadeprodutos
importados,quefezcomqueasvendasdeautomóveisnoBrasil
tivessemumdesempenhoumpoucomelhordoqueaprodução,
eessediferencial compensadocom importaçãodeveículos.
Basicamenteasvendasdeveículosnomercadobrasileiro
devem tercaídoentre8%e9%ao fechamentodoano,ou
seja,melhorqueos15%e16%daprodução,eessesdiferen-
ciais foramnos veículos importados. Tambéméverdade
queaexportaçãodeautomóveis,quecontribuicomaque-
dadaprodução, sofreu, principalmente, porqueonosso
principalmercadoconsumidordeautomóveisbrasileiros
tradicionalmenteédentrodoMercosul,queéaArgentina.
As exportações de automóveis também sofreram com
isso,oque foi um impactograndeparaosetorde tintas.
Quandofaleidoautomóvel,mencioneiarepinturaedisse
queaproduçãodeautomóvelnovotinhacaído.Arepintura
nãosegueexatamenteoqueacontececomosegmentode
automóvelnovo,atéporque,muitasvezes,háumademan-
daporserviçodefunilariaepinturaparasemanterocarro
antigona impossibilidadedetrocardecarro,equandohá
umaquedadecompradecarronovoemtornode10%, isso
quer dizer que esses volumes de carros que não foram
adquiridos são proprietários que ficam com os veículos
antigos, por isso o estímulo demantê-los reformados,
concertare repararbatidas.A linhade repinturaautomo-
tivaapresentaumdesempenhomelhordoqueapintura
original, comcrescimentoem tornode3%a4%em2014.
Aconstruçãociviléoutrosetormuito importanteporque
tem um volumemuito grande de tintas, noqual 62% do
faturamentosãovendasdetintas imobiliárias, tantopara
pintura de imóvel novo como para reformas, ampliação
e atémesmo autoconstrução; são as vendas feitas por
meiodocomércio.Maisoumenos 15%dasnossasvendas
vãoparaos lançamentos de construções, as vendas são
feitaspormeiodocomércioe,também,diretamentepara
empresasdeconstruçãocivil, e isso representaem torno
de15%.Mas85%dasnossasvendasdetinta imobiliáriasão
feitasatravésdapulverização, comocasademateriaisde
construção,homecenters, lojasespecializadasemtintas,
querefletemuitomaisnopoderaquisitivodoconsumidor,
consequentementenasuadecisãodeaplicaregastarem
reformas, melhorias e decoração, e não reflete no que
estáacontecendoexatamentecomos lançamentosecom
as construções de prédios novos. Esses dois segmentos
tambémsofreram.Aconstruçãocivilteveumaquedaeste
ano, não fomos tão afetados pelo índicede lançamento
porqueapintura vemnofinal, entãopintam-seaindaos
imóveis que foram lançados há um ou dois anos, e que
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