Revista Paint & Pintura - Edição 234

SISTEMAS TINTOMÉTRICOS 62 | PAINT&PINTURA | Julho 2018 para simplificar os estoques, reduzindo custos financeiros, de produção e logís- ticos. Na época, se disponibilizava cerca de 300 cores lisas prontas de fábrica em sistemas nitro e sintético, e um pouco mais de 100 cores metálicas em lacas acrílicas. Essas cores eram apenas para os carros que circulavamnoBrasil, todos de produção local. Havia apenas quatro montadoras de automóveis, além das de caminhões (Mercedes e Scania), a importação de veículos era proibida. Já na década de 90, quando os sistemas se tornaram comerciais, se acrescentou comomotivação a necessidade de se ter as cores dos carros importados que co- meçaram a entrar no país”, conta Rácz. DESAFIOS A entrada do sistema tintométrico no mercado de repintura automotiva também gerou alguns desafios a serem enfrentados. “No início, as máquinas ficavam no fundo das lojas, pois os pin- tores achavamque a tinta preparada na loja não tinha qualidade, ou seja, tudo que é novo acaba tendo algum certo tipo de rejeição. Outros desafios foram: capacitar as pessoas para preparar a tinta requerida com qualidade; ensinar o pintor ou lojista a pesar foi uma grande dificuldade, pois hoje existe o espectro- fotômetro que já faz a medição de cor; e manter o mesmo preço para as cores no conceito factory pack e mixing ma- chine”, conta Martinho. Martinho destaca ainda que os primei- ros fornecedores de máquinas para sistemas tintométricos foram a Fillon Pichon e a Dedoes. “Em 1981, fui para a Bélgica, onde fiquei seis meses para entender como se preparava os tintin- gs (concentrados). Depois, fui para os Estados Unidos para aprender sobre o primeiro colorímetro, o Ducolor, da Du- Pont (hoje são os espectrofotômetros). Voltei para o Brasil para desenvolver todo esse processo aqui. Eu não conto a história, eu faço parte dessa história, é muito marcante. Tudo isso, foi um desenvolvimento muito grande. Agora, imagine se esse sistema não existisse, uma loja, ou mesmo a fábrica, seria um verdadeiro caos, com tantas tintas em estoque.” Para Washington Yamaga, sócio da Rácz, Yamaga&Associates, os principais desafios foram desde o próprio concei- to, ou seja, cores preparadas fora de uma fábrica oficial, até os tecnológicos. “Havia que se estabelecer um nível de confiança do usuário na precisão do sistema, por isso, foi desenvolvidomuito trabalho de demonstração e convenci- mento. Nas fábricas se trabalhou em conjunto com fabricantes de pigmentos para padronização do fornecimento dentro de novos parâmetros, com fabricantes de equipamentos para pa- dronização de processos, inclusive de resinas. Nos laboratórios, o desafio foi adaptação tecnológica do sistema emuso no Brasil, como lacas nitro, esmaltes sintéticos e lacas acrílicas de cores prontas, com ajustes na fábrica, para sistemas de misturas sem ajustes ao final da produção, já que esta passou para fora das fábricas.” TRAJETÓRIA Em 2016, comemorou-se o Jubileu de Prata do lançamento da Mixing Machine no mercado brasileiro de repintura automotiva, pela Akzo- Nobel por meio da marca Wanda, lembra Rácz. “Foi um grande avanço em termos de disponibili- dade de cor, precisão e rapidez na obtenção dos retoques invisíveis, diminuição de capital de giro, re- dução de perdas etc. Até então, o mercado de reparação automotiva só trabalhava com cores prontas de fábrica (readymix ou factory packed). A mixing machine, além da simplificação dos estoques nas fábricas e lojas, disponibilizou para o mercado as cores dos car- ros importados que começavam a chegar no Brasil. O projeto de lançamento da Wanda Mixing Ma- chine - liderado por Washington Yamaga - contou com uma equipe multidisciplinar no Brasil e com o apoio tecnológico da matriz, na Holanda.” Já em 2017, se comemorou os 25 anos dos sistemas tintométricos no mercado brasileiro de tintas imobiliárias, lançadas simultane- amente pelas marcas Ypiranga (AkzoNobel) e Coral (na época parte do grupo Bunge & Born), conta Rácz. “A disponibilidade de Luiz Martinho, proprietário da LAPM Consulting

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