Revista Paint & Pintura - Edição 202 - page 20

entrevista
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| Paint&pintura |Agosto2015
Revista Paint & Pintura: Com o cenário
econômico preocupante do Brasil, como a
Solvayenxergaesseperíodoeoqueempresa
estáfazendoparaamenizarasdificuldades
domercado?
José Borges Matias:
Hoje, o cenário econômico
que vivemos no Brasil é bastante distinto entre os
diferentes segmentos, alguns mantêm uma dinâmica,
principalmente ligados ao setor primário, que tem
progressão e está nummomento de competitividade
e de investimentos, como os setores celulósico, home
e personal care na química, ou seja, existem setores
quemantêm uma dinâmica de crescimento, inovação,
desenvolvimento tecnológicoetc.
Jáoutrossetorespassampelosofrimentodoplanoeco-
nômico,quefelizmentesecolocahojeem implementação
paraequilíbriodascontaspúblicas, enopensamentoda
sustentabilidadedonossomodeloeconômicoparaoBra-
sil.Ecomodizem,oBrasil jáviutantosmomentosdifíceis
queestecomcertezaseráumque tambémestáentran-
do, serápotencialmentemuitobemgerido, equedaqui
apoucoestaremos foradeleecrescendonovamente.
Os principais setores que estão sofrendo, em primeiro
lugar,éosetordeconstrução, logoemseguidavemoau-
tomobilístico,comveículos levesoudecargas,etambém
setores ligados aeletroeletrônicos, que são segmentos
queasassociaçõesdosreferidossetorescomentamque
estão em sofrimento, com reduções na faixa de 10% a
30%nesteprimeirosemestre.Nestessetores,existeuma
forteconcentração,queéumconsumodesemiduráveis
basicamente,noqualoconsumidorpodeaguardarumpouco
parao seu instintodeconsumo, para fazer essaadequação.
Poroutro lado, temosvistoasmedidaseconômicasquevêm
sendo implementadas,algumasdelasferemfortementeacom-
petitividade,queéaáreadeoneraçãonoscustosenergéticos,
nocusteiode insumosquetemosparaa indústria.Sãofatores
maisrestritivos,noqualseaumentaacoleta,mas,comcerteza,
quetêmumreflexo importantenacompetitividade industrial.
Do lado positivo, vemos um câmbio que voltou a ficar mais
regulado com omercado, que permite que os produtos in-
dustriaisbrasileirospossamtermelhorcompetitividadefrente
aos importados.
Na Abiquim, os últimos dados apontam que a indústria quí-
mica, comoum todo, estáoperando comuma retraçãode 2
a3pontosesteanoem termosdevendas, umpoucomaisdo
queéomercado interno,mascompensandoumaparcelapara
mercadosdeexportação.Essaatividade,vemosnomomento
que exige certa flexibilidade dos negócios para se adaptar.
Mas olhandomais à frente, vemos com boas perspectivas
que irá se sanear o sistemaenergético, paraquenovamente
possamos ter acessoaumaenergiaque sejamais competiti-
va. E como todoo setor industrial, quenãoestá interessado
em ter insumos“ditosbaratos”,massimcompetitivos, tanto
quanto internacional, que chegueaqui, para se ter umabase
decompetição saudável.
No Brasil, o abastecimento de nafta, gás natural e energia
elétrica sofre alta taxação; são cobrados valores elevados.
Creio que após o reequilíbrio encontremos novamente uma
boa competitividade. Por isso, somos sempre positivos em
relação ao futurodopaís, e a Solvay continua fazendoboas
aquisições em alguns negócios na áreadehome e
personal care, e também investimentosnaáreade
desenvolvimento ebioquímica, comonosso labo-
ratóriodebioquímicarecém-lançado.Continuamos
apostando100%noBrasilenofuturo.Vamospassar
por esseperíodode tempestade comumbomoti-
mismo, semnenhumprejuízoàsnossasatividades.
Revista Paint & Pintura: Quais foram
os últimos investimentos realizados
no Brasil? Existem planos de novos
investimentos para curto, médio ou
longoprazos?
José Borges Matias:
Um dos nossos